Em mim existe um bosque. Meu bosque se revela, não sou eu a entrar nele, ele é que se faz habitar dentro de mim. Penso que estou parada no meu ser(tão), mas do alto de uma árvore apareço de repente, catando frutos, cuspindo as sementes.... e me confundo com o solo, a terra fofa, a umidez de mim molhando tudo. Abraço as sementes que lancei, guardo os frutos que encontrei, e no instante seguinte já não sou solo, já não estou no fino galho que ameaça partir lá de cima e me arremeçar em queda machucada. Saio voando, borboleta azul, violeta, amarela... (A borboleta pára pra conversar com o lobo de olho sincero...e ele - o olho - lhe conta histórias, a borboleta adora a amizade do lobo).
Chove no bosque, borboleta não se molha, pois agora ela mesma é o pingo furta-cor que encharca a floresta. Choro que enche as fontes, transborda os rios, sorri os peixes. Labirinto, meu bosque me puxa com suas mãos invisíveis e não me deixa sair pela porta da ilusão ... caminho, procuro então.
Em mim existe um busque, que me passeia os solos férteis, voa com as borboletas, chove ignorantes verdades.
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