"E ela mesma resolveu escolher tomar este caminho de cá, louco e longo, e não o outro, encurtoso"
sábado, 29 de novembro de 2008
...
Fred Martins
Me disse vai embora, eu não fui
Você não dá valor ao que possui
Enquanto sofre, o coração intui
Que ao mesmo tempo que magoa o tempo
O tempo flui
E assim o sangue corre em cada veia
O vento brinca com os grãos de areia
Poetas cortejando a branca luz
E ao mesmo tempo que machuca o tempo me passeia
Quem sabe o que se dá em mim?
Quem sabe o que será de nós?
O tempo que antecipa o fim
Também desata os nós
Quem sabe soletrar adeus
Sem lágrimas, nenhuma dor
Os pássaros atrás do sol
As dunas de poeira
O céu de anil no pólo sul
A dinamite no paiol
Não há limite no anormal
É que nem sempre o amor
É tão azul
A música preenche sua falta
Motivo dessa solidão sem fim
Se alinham pontos negros de nós dois
E arriscam uma fuga contra o tempo
O tempo salta
Atenção aos desavisados: essa não é uma música triste. Ela não fala de fim, mas de começo. Não é estagnação, é movimento. Não é angústia, é serenidade. Não é tristeza, é só o amor. Que não é azul.
Por que (Otto)
Se ele falou que não lhe quer
Até de manhã
(...)
Por que você não quer
Ficar tranquila um pouco
Seu rosto é mais bonito rindo"
Pra que, por que. Se o importante é viver, pra que tantas perguntas? Estou a procura da resposta. E da minha tranquilidade, da minha paz, do meu sorriso. Às vezes descubro algo em mim que não conhecia, nesse bosque desvairado encontro flores desabrochando e elas são lindas. Novos amigos, novos ares, novos ventos. Deixar passar o tempo. Amarelar, cair do pé, cair em pé, levantar-se, caminhar, caminhar-se, descobrir-se, entender os dias, as horas, os dias de janeiro. E de fevereiro, março, abril. Abrir-se. Saborear dissabores, sorrir para as dores. Semear o futuro. Momento de trasformação verdadeira. Quero serenidade para seguir o rumo certo, sem tropeçar em minhas armadilhas. Ilusões saberei reconhecer, iluminadas por meu amor. À mim.
"E a água correndo pro mar, e água correndo pro mar".
2009 se aproxima, que venham bons ventos para todos nós, para sacudir as árvores de cada um, deixando cair as folhas mortas, se preciso for os galhos ficarão nus, para renascer de novo, em beleza, força e cor. Que venha o novo. Para cada um de nós. Que venha o melhor para todos.
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Aprendendo a cuidar do meu jardim
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
A areia e o tempo
no centro da ampulheta
eu vejo enquanto espero
aquilo que mais quero (...)
areia pra passar
areia pra passar
areia como tempo
através do vidro
cai pelo orifício
revirando o ar
atravessando a praia
maior que um saara
até chegar no mar"
Eu amo Arnaldo Antunes!!! Voz, letra, postura. Tempo e areia, uma comparação extremamente poética. Ambos a gente pega e escorre entre os dedos, não sabemos se são feitos do todo ou das partes minúsculas, se é mais bonito o infinito ou o grão-segundo...contagem impossível na palma da mão. Tempo duro, areia escura molhada de lágrimas. Areia branca e fina, ao lado de quem se ama, é renda delicada, voa no ar desmanchando as horas. Brisa do mar que movimenta os minutos, leva uma lembrança, e a areia encontra o canto do olho... o tempo da memória fica ali parado, atrapalha, irrita os olhos, tempo que não quer ir embora. É preciso então que alguém, amigo ou desconhecido, sopre nos olhos abertos pra expulsar aquele minuto agarrado. Pegadas marcadas na areia e no tempo, pelo nosso caminhar, registram escolhas e direções...
... nos meus sonhos têm tanta areia...areia de praia. Dunas, bancos de areia, areia fofa...areia pra passar, areia pra passar, no centro da ampulheta...
Inscrição no mestrado feita. Agora é estudar, aproveitar cada segundo escorrido...pra passar, pra passar!